Trabalho que muda vidas

20/05/2022
11:35:55

A Apae Aracaju é uma instituição que há 53 anos presta atendimento e assistência aos direitos das pessoas com deficiência. Em mais de cinco décadas de trajetória muitas histórias de superação ficaram marcadas na instituição. Mas, apesar do foco ser nos assistidos, o trabalho realizado pela Apae vai além e acolhe e acompanha toda a família. 

Uma das famílias que teve sua história mudada pela Apae Aracaju foi a da Rita Silva, mãe do Pedro Luiz. O Pedro tem 5 anos e possui hidrocefalia e paralisia, doenças que afetam o desenvolvimento. Ele recebe atendimento da instituição desde os dois anos de idade, atualmente ele realiza sessões de fisioterapia duas vezes por semana.

Toda semana mãe e filho saem do município de Nossa Senhora do Socorro para receber atendimento na unidade de Aracaju. São quase 17km de distância percorridos quase todos os dias. Uma viagem que Rita faz sem nenhuma hesitação, pois o atendimento que Pedro recebe na instituição fez, segundo ela, o filho renascer. 


“Eu só tenho a agradecer de todo o meu coração. Não só pelo desenvolvimento do Pedro ao longo da vida dele. Porque hoje ele tem cinco aninhos, mas dos dois anos aos cinco é como se ele tivesse nascido a partir do momento que chegou aqui” – Rita Silva, mãe do assistido  


Em 2019 o pequeno Pedro encerrava um tratamento realizado no Hospital Nossa Senhora de Lourdes. Em busca de outra instituição que prestasse atendimento e acompanhamento necessário para ele, Rita recebeu o encaminhamento para a Apae Aracaju. Ao chegar na unidade o Pedro deu o primeiro passo para a sua mudança de vida. 

O ponto de partida também foi dado para Rita que após ser diagnosticada com crises depressivas passou a ser também acompanhada pela equipe de saúde da instituição. “Eu parei de trabalhar e comecei a só cuidar de Pedro e dos afazeres da casa. Minha rotina ficou diferente e eu entrei nesse processo de crises depressivas. Foi quando eu entrei na instituição que passei a ser acompanhada pelo psiquiatra, psicólogo e nutricionista também, porque eu não me alimentava bem, não dormia bem.”, relatou a mãe. 

Após receber o tratamento necessário Rita foi incentivada pela equipe da Apae a retomar sua rotina e buscar novas atividades. Ela encontrou na culinária uma forma de unir uma ação terapêutica a uma nova forma de renda para a família. “Eu nunca pensei que iria saber fazer uma trufa na minha vida, mas eu fiz. Comecei a vender docinhos, depois trufas e fui aprendendo mais coisas. Isso levantou a minha autoestima.”, conclui a mãe. 

Hoje, mãe e filho se recuperam juntos. Estar na instituição é mais do que comparecer para uma consulta médica. Para Rita a Apae Aracaju é uma família e ela tem a fisioterapeuta Karoline Tavares como uma segunda mãe para o Pedro. “Eu só tenho a agradecer a todos, principalmente a Karol. Quando ele chega em casa dorme um pouquinho, mas acorda animado, não rejeita os alimentos. Toda vez que ele vem para a fisioterapia ele fica bem”, comentou Rita sobre a relação do filho com a fisioterapeuta. 

A rede de apoio que é criada entre família, assistido e profissional influencia de forma positiva no desenvolvimento do paciente. “A participação da família no desenvolvimento do paciente é de suma importância, seja de forma direta comparecendo as terapias de forma regular, seguindo as orientações de posicionamentos e estimulação em seu ambiente familiar, uma vez que o paciente passa a maior parte do tempo acompanhado com sua família.”, pontua Karoline Tavares.

Pedro Luiz, assistido da Apae Aracaju junto com sua mãe, Rita Silva e a fisioterapeuta Karoline Tavares.