Família: impactos positivos na participação do tratamento dos assistidos

16/05/2023
09:42:12

As relações sociais sofreram mudanças ao longo dos anos. Isso interferiu também na configuração familiar, modificando aquilo que conhecemos por “família tradicional”. A organização familiar composta por um casal com filhos reduziu de 57% a 42% nas últimas duas décadas, segundo estudo realizado pelo Observatório Nacional da Família. 

 

Hoje, é possível observar uma organização familiar menor porém, mais diversificada. Independente do tipo, (Tradicional, Monoparental, Homoparental, Transparental, Coparental,  Multiparental, entre outras) a família é baseada e formada por uma relação afetiva que reúne duas ou mais pessoas. 

 

Seu João, assistido da Apae Aracaju, faz parte da parcela da população brasileira que não se enquadra no ”modelo tradicional de familia”. Isso porque a família dele é composta por ele e mais duas sobrinhas. Aline Mecenas e a irmã são as responsáveis pelo Seu João, um senhor de 68 anos, que encontrou amor e aconchego nos braços das sobrinhas. “A gente cuida dele com todo carinho. Aprendemos o que é o amor incondicional mesmo sem ter um filho. Temos todo respeito e admiração por ele. Nossa família é linda e esse amor que sentimos vai transforma tudo.”, diz Aline. 

 

A família é o primeiro grupo social que o ser humano faz parte. É neste grupo que o indivíduo aprende a língua, costumes, crenças e afeições, por isso, a presença da família ao longo da vida torna-se ainda mais relevante. Segundo a Coordenadora da Família da Federação das Apaes de Sergipe (Feapae SE), Andrea Rodrigues, a participação dos familiares no tratamento dos assistidos dentro da instituição faz toda a diferença. “A gente percebe que o paciente tem uma melhor evolução no seu tratamento quando tem uma família participativa. Essa família é o suporte para aquela pessoa, aquela criança, pois ela sabe que além dos profissionais capacitados para atendê-la terá também o apoio emocional daqueles que amam.”, relata a coordenadora. 

 

Quem também compartilha dessa mesma ideia é a psicóloga especializada em atendimentos a famílias, Célia Machado. De acordo com a psicóloga, a participação efetiva da família é imprescindível para o processo de reabilitação das pessoas com deficiência. “A família é o pilar nesse processo de evolução. Já existem diversos estudos que comprovam essa teoria e inclusive retratando também a importância que esses familiares precisam ter consigo para que possam lidar com as situações enfrentadas pelas famílias atípicas.”, aponta a psicóloga.

 

Na Apae Aracaju, por se tratar de um público de idade avançada, muitos usuários já não possuem pai e mãe em vida. A maioria é acompanhada por irmãos, parentes próximos e amigos, que formam uma família fora dos padrões convencionais. Com o objetivo de prestar uma homenagem a essas famílias, reunir e estreitar laços, a Apae Aracaju realizou na última segunda-feira (15) uma manhã comemorativa junto aos seus assistidos e parentes.O dia contou com apresentação musical, café da manhã e roda de conversa. 

 

 A Coordenadora das Oficina Socioassistenciais, Élquina Moitinho comenta sobre a importância de ações como essa. “A parceria com a família sempre foi um elo importantíssimo no desenvolvimento e na autonomia dos assistidos. Esse desenvolvimento deve ser trabalhado de forma compartilhada, tanto na instituição quanto em casa. Ambos devem prepará-los para o exercício pleno da cidadania com dignidade e respeito. Salientamos que ‘toda aprendizagem é boa à medida que supera o desenvolvimento atual’. Por isso, realizar essas ações de troca com os familiares é muito importante, tanto para eles (assistidos), quanto para nós (instituição).”, conclui Élquina.